Exemplar. Acontece a primeira internação involuntária em Blumenau. Foi de um morador de rua

Foto: Reprodução

Autoridades de Blumenau avançam no quesito social. Nesta quarta-feira 24/07 aconteceu a primeira internação involuntária em Blumenau, de um morador de rua.

De acordo com a Secretária de Saúde, o paciente, um homem de 46 anos, estava em situação de rua, com sofrimento psíquico grave associado à dependência de múltiplas drogas, comprometimento clínico em decorrência das condições de vida, com histórico de várias passagens pelas unidades de saúde e assistência social do município sem comprovação de melhora.

A equipe do Consultório na Rua, juntamente com a Abordagem Social, fez a intervenção na localidade em que o usuário costumava ficar. O Samu e a Polícia Militar foram acionados para o transporte ao hospital para internação. Durante o período que o paciente ficará internado, ele será acompanhado pelas equipes de referência da Semus e da Semudes, com a realização de visitas hospitalares semanais de orientação, para dar seguimento ao tratamento junto aos serviços especializados ou comunidade terapêutica. Após a alta, os serviços de referência das duas secretarias continuarão com o acompanhamento do paciente.

Como funciona

O processo de internação involuntária inicia com a identificação do usuário e é focado nas pessoas em situação de sofrimento ou transtorno mental associado ou não ao uso prejudicial de álcool e outras drogas. O intuito é oferecer uma assistência integral e intersetorial para o usuário com histórico de tentativa de tratamentos anteriores sem sucesso. Quem realiza a abordagem do paciente é a própria equipe de Abordagem Social, Consultório na Rua, assim como os CAPS II, CAPS AD III, ESF e Centro POP.

Em seguida é feito um relatório de atendimento do usuário com o levantamento do histórico/prontuário dos atendimentos executados tanto pela Secretaria de Promoção da Saúde (Semus), quanto pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Semudes). Também é verificado se há ou não o esgotamento das ofertas de todas as possibilidades de cuidado. Caso todas as alternativas estejam esgotadas, um relatório integrado para internação é gerado, com laudo médico e parecer do profissional, assim como acordo com a unidade hospitalar.

A equipe de apoio do Samu é acionada para o transporte ao hospital. Em paralelo, a equipe de abordagem social seguirá com o acompanhamento do paciente. A partir da entrada do usuário na unidade hospitalar, a responsabilidade por encaminhar o indivíduo para o serviço especializado de referência é do hospital, que comunicará ao Ministério Público, no prazo de 72h, com o relatório médico e a justificativa da internação involuntária.

Durante a internação, o paciente também será acompanhado pelas equipes de referência da Semus e Semudes, com a realização de visitas hospitalares semanais de orientação, para dar seguimento ao tratamento junto aos serviços especializados ou comunidade terapêutica. Após a alta, os serviços de referência da Semus e da Semudes continuarão com o acompanhamento do paciente.

José Carlos Goes

Sou locutor tendo atuado em várias emissoras de rádio em Blumenau por quatro décadas. Sou jornalista e trabalhei em vários jornais impressos. Sou blogueiro.

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